O post de hoje homenageia os principais artistas da música nordestina. Duvido que em algum momento da sua vida você não cantou “Eu vou ficar com certeza, maluco beleza” ou “Inté’ mesmo a asa branca, bateu asas do sertão”. Afinal, Luiz Gonzaga, Alcione e Raul Seixas são três dos inúmeros artistas nordestinos que marcaram e marcam até hoje o Brasil, senso sensação até mesmo para gringos como o pessoal do Måneskin, banda de rock italiana que se apresentou no Rock In Rio em 08/09.
Nesse post, você saberá um pouquinho mais da vida dessas grandes personalidades!
Luiz Gonzaga
Já falamos do Gonzagão em posts anteriores. Afinal, ele é o Rei do Baião e como vocês já sabem, cunhou o nome do prato (que inclusive, já ensinamos receita).
Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, em Exu, no estado de Pernambuco. Seu dom para a música veio de seu pai, Januário José dos Santos, que tocava fole. Começou sua trajetória musical ainda criança, aos 8 anos, tocando em festas da fazenda onde morava.
O baião é um gênero de música tradicional da região Norte e Nordeste do Brasil, ganhando destaque na década de 1940. A parceria entre Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira que popularizou o tipo, sendo conhecidos como “Rei do Baião” e “Doutor do Baião”, respectivamente.
Esse tipo de música consiste na combinação de instrumentos como o triângulo, sanfona, acordeão, viola e flauta doce junto ao canto. As letras costumam retratar o cotidiano da vida nordestina – principalmente dos sertanejos, suas dificuldades e etc.
A importância de Luiz Gonzaga é tamanha que a data de sua morte (02/08/1989) se tornou comemorativa, marcando o início da Semana da Cultura Nordestina. Sua vestimenta artística remetia ao Lampião – famosa figura do cangaço, que era uma inspiração para Gonzagão.
Alcione
Ícone do samba, a Marrom é um dos maiores talentos da música popular brasileira. Possui inúmeros prêmios e títulos, com mais de cinquenta anos de carreira, além de diversos álbuns de estúdio e ao vivo, bem como parcerias.
Nascida em São Luís, Maranhão, em 21 de novembro de 1947, Alcione Dias Nazareth formou-se como professora, mas largou o Nordeste para tentar a sorte no Rio de Janeiro em 1967, aos 20 anos de idade.
Sua paixão pela música começou por conta de seu pai, João Carlos Dias Nazareth, que foi mestre da Banda da Polícia Militar de São Luís. Ele também ensinou a ela a como tocar instrumentos – principalmente os de sopro, como a clarineta. Já aos 12 anos, Alcione se apresentava profissionalmente, sendo integrante da Orquestra Jazz Guarani, junto ao pai.
Já em 1972, conseguiu gravar seu primeiro single e daí, foi só sucesso. Foram várias parcerias e colaborações como intérprete, compôs diversas músicas exaltando a cultura maranhense, a figura feminina, o amor e outras. Também já se apresentou em diversos países, sendo reconhecida até mesmo pela ONU como a Voz da América Latina, entre outros prêmios e títulos ao longo de meio século de carreira.
Desde 1979, desfila para a escola de samba Mangueira e até mesmo fundou a escola de samba mirim da Mangueira e o Centro de Arte da Mangueira (Mangueirarte). Não poderia ser diferente, já que fundou o Clube do Samba, na década de 1980, junto a Martinho da Vila, Clara Nunes, Dona Ivone Lara, João Nogueira, dentre outros grandes nomes do gênero.
Hoje, não dá para pensar em samba sem ligar o tipo musical à Marrom – que ganhou o apelido já desde o início da carreira.
Raul Seixas
Uma das maiores figuras do rock nacional, Raul Santos Seixas, o “Raulzito”, nasceu em Salvador, Bahia, em 28 de junho de 1945.
Desde jovem, já era fã de artistas do rock estadunidense como Elvis Presley e Little Richard. Tanto que muitos o consideram o “pai do rock brasileiro” já que ele foi um dos pioneiros a popularizar as guitarras elétricas às melodias das músicas.
Já em 1961, tocava em Salvador com sua banda Os Relâmpagos do Rock. Tentando sucesso, chegaram a até mesmo mudar o nome para Raulzito e os Panteras. Em 1967, conhece Jerry Adriani, que convida ele a banda a tentarem algum sucesso no Rio de Janeiro. Não funciona, mas em pouco tempo, Raul começa a trabalhar como produtor musical na CBS Discos e em 1973 lança seu primeiro álbum solo, Krig-ha, Bandolo!, já em parceria com Paulo Coelho.
Inclusive, foi nesse mesmo ano em que os dois fundaram a Sociedade Alternativa, comunidade que seguia as filosofias do ocultista britânico Aleister Crowley. Baseada na doutrina Thelema, a Sociedade Alternativa pregava para se viver a vida como quiser.
Foi perseguido na época da ditadura militar (que durou de 1964-1985), sendo até mesmo exilado durante o início de 1974, ao lado de Paulo Coelho, ficando fora por quase um ano. Voltaram após o sucesso de Gita estourar.
Sua vida pessoal foi marcada por diversos envolvimentos oficiais, sendo casado quatro vezes. A primeira com a estadunidense Edith Wisner, com quem teve sua primeira filha Simone Andréa Wisner Seixas. Ainda casado com Edith, começou a se relacionar com quem se tornaria a segunda esposa, Gloria Vaquer e juntos, tiveram Scarlet Vaquer Seixas. Tânia Menna Barreto foi sua terceira esposa. A quarta esposa foi Ângela Costa, conhecida como Kika Seixas, com quem teve sua terceira filha, Vivian Costa Seixas.
Durante sua vida, lançou 17 álbuns de estúdio, com sua música alcançando gerações mesmo depois de sua morte, em 21 de agosto de 1989, aos 44 anos. Devido ao abuso de álcool e drogas durante tantos anos, faleceu de pancreatite aguda, em São Paulo. Teve seu caixão roubado por uma legião de fãs durante o velório, que queriam levá-lo para se divertir, não acreditando que estava morto.
Outra curiosidade é que, em 1982, durante um show em Caieiras em que estava bêbado, esqueceu as letras de suas músicas e logo o público suspeitou que fosse um impostor. Vaiado e tendo latinhas e garrafas atirados em si, o Maluco Beleza saiu do palco, mas logo foi preso pela polícia, sob a denúncia de ser um falso Raul Seixas. Só saiu da delegacia depois que Kika, sua esposa na época, apresentou seus documentos aos oficiais. Ele ainda reclamou que foi agredido pelos policiais e mal pago pelos responsáveis do show.
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