5 deliciosos pratos da culinária nordestina

Especiarias da culinária nordestina. Na imagem: barracas com castanhas do Pará na bancada, bolsas de palha e plástico no tampo externo; cachaças e garrafas com conservas estão penduradas em cima e do lado de dentro, diferentes acessórios de vestuário e grãos.

A culinária nordestina, considerada uma síntese das origens brasileiras, baseia-se na mistura de tradições indígenas, portuguesas e africanas. Pois é, a comida nordestina é rica em temperos e cores! E uma região tão cheia de história não poderia deixar de ter fatos inusitados, mesmo na culinária. 

Neste post, você saberá um pouquinho mais sobre a origem dos pratos e alimentos mais famosos da comida nordestina que você provavelmente já deve ter consumido, sem saber a história. 

Mapa da região Nordeste.

Um breve histórico da culinária nordestina

Não podemos falar da culinária nordestina sem abordar a história do Brasil em si. Ao contrário do que alguns podem pensar, os indígenas já haviam desenvolvido diferentes sistemas de preparo de alimentos, bem como uma alimentação variada. Mesmo antes da chegada dos portugueses em 1500, eles já usavam moquéns, espécie de grelha retangular de madeira, para cozimento. Inclusive, essa técnica usa-se até hoje, principalmente na cultura caipira.

O primeiro local de chegada dos colonos foi em Porto Seguro, Bahia. Tanto que Salvador foi a capital do país de 1549 até 1763. Isso ocorreu por conta dos ciclos de exploração, que ocorreram na ordem:

  • Ciclo do Pau Brasil
  • Ciclo da Cana de Açúcar
  • Ciclo do Ouro
  • Ciclo do Algodão
  • Ciclo do Café
  • Ciclo da Borracha

Durante o período do ciclo da cana de açúcar, o Nordeste foi a região mais importante economicamente do país e foi nessa época que os escravizados vieram da África. Eles complementariam a mão de obra para a extração e manuseio da cana, já que os portugueses haviam massacrado um grande número da população indígena.

Com a junção indígena existente, somados aos costumes portugueses e aos conhecimentos e gostos africanos, consolidou-se a culinária nordestina, marcante pelo tempero forte e a combinação de partes da carne com vegetais. Sim, a origem de uma cozinha tão saborosa como a culinária nordestina tem uma ancestralidade sangrenta. 

Culinária nordestina: união de temperos e sabores

A alimentação indígena consistia em consumo de frutas, vegetais, tubérculos e carnes de caça. Tudo se aproveitava de diferentes formas, como a mandioca, utilizada para farinha, mingau e outros. Também consumiam abóbora, milho, amendoim, pimenta, dentre outros. 

Foram os portugueses que trouxeram os suínos domésticos e mais espécies de galinhas, introduzindo-os como parte da culinária nordestina. Além do coco, importado da Índia para a Bahia. Também contribuíram com as receitas originais do quindim, por exemplo, e adaptaram a receita da tapioca para como conhecemos hoje. 

O uso do azeite de dendê é uma herança dos africanos, assim como a pimenta malagueta. Hoje, o azeite de dendê é um ingrediente indispensável da comida nordestina, principalmente na produção de acarajé, um dos salgados mais famosos da culinária nordestina, mais ainda no estado da Bahia.

Uma curiosidade sobre o acarajé é que “quente ou frio” diz respeito à intensidade da pimenta. Quanto mais quente, mais apimentado.

Um mesmo Nordeste, mas uma diferente culinária nordestina

Para quem não é da região, é fácil generalizar o vatapá, bobó de camarão, cuscuz, moqueca, dentre outros, como pratos da culinária nordestina. E não é uma mentira, mas é bom saber a origem de cada prato. Como no Sudeste, em que sabemos que o pão de queijo é um salgado mineiro. 

Mesmo dentro da própria região, há diferentes hábitos culinários. Enquanto que no litoral desenvolveu-se uma rica variação de coloridos pratos com peixes e frutos do mar, nas áreas do sertão, predominou a comida que era mais durável, rica em proteína e calorias, que sustentasse e que fosse possível para sobreviver à escassez. Continue a leitura abaixo para saber mais sobre os pratos da culinária nordestina.

1. Baião de Dois

Este delicioso prato surgiu no sertão cearense e também é um dos principais da culinária nordestina e do Pezinho no Nordeste 😉

Ele é composto de arroz e feijão (geralmente de corda ou verde), carne de sol (ou carne seca) e queijo coalho. Era um prato feito para durar mais, já que era feito das sobras do almoço, aproveitadas por conta da região semiárida, clima que dificulta o plantio de diferentes alimentos. 

O nome do prato também traz uma curiosidade: faz referência ao gênero musical, o baião, em que os instrumentos predominantes são a sanfona e a rabeca. Inclusive, foi o artista pernambucano Luiz Gonzaga que cunhou o nome do prato, junto ao músico cearense Humberto Teixeira, em meados do século 20. 

2. Mocotó

Se engana quem pensa que o caldo aproveitado das patas dos bois é originado exclusivamente da culinária nordestina. Povos da Ásia, como os samurais japoneses (guerreiros que atuaram por volta de 1100 até meados do século XIX), o consumiam pelo alto valor energético. Judeus na Europa tinham uma adaptação do prato (como uma gelatina servida fria, chamada cholodetz) e os gaúchos consomem principalmente em época de frio, na forma de guisados. 

Riquíssimo em colágeno, o caldo de mocotó à moda nordestina é cozido em uma sopa, temperado com cebola, tomate, louro, alho e cebolinha. Ele também pode ser preparado na forma de gelatina, em forma de doce, levando açúcar, canela, clara de ovo e até mesmo vinho branco, em algumas receitas. 

Outro fato que alguns podem não saber é a etimologia da palavra. Mocotó vem da língua indígena tupi (mbokotó) e significa “pata de animal”. 

No Pezinho, você encontra diversas opções de preparo de mocotó: tem o caldo, em pedaços e até mesmo a mistura com a favada, que fica suculenta e é acompanhada de uma porção de arroz branco. Quem experimenta, se apaixona!

3. Sarapatel

Essa iguaria foi introduzida pelos portugueses e é um prato que aproveita as partes animais que geralmente são dispensadas. 

É um ensopado cuja base são as vísceras e tripas dos animais, aproveitadas. Na adaptação da comida nordestina, foi acrescido hortelã à receita, sendo acompanhado arroz e farinha de mandioca. Geralmente é feito com partes do boi ou porco, mas no Piauí não é incomum utilizarem carne de bode e carneiro também. 

Você pode encontrar a versão deste prato no Pezinho do Nordeste, com miúdos do porco bem temperadinhos e acompanhado de arroz branco. 

4. Queijo coalho

Conhecidíssimo por todo o Brasil, principalmente no litoral, não há quem resista a um espetinho de queijo coalho. Mas você sabia que ele é tradicional do Nordeste?

Também conhecido como queijo de coalho, sua origem remonta ao século 17, em que os sertanejos faziam longas viagens armazenando o leite em matulões, espécie de bolsa feita com estômago de animais. A distância somada ao calor e às enzimas presentes na bolsa de estômago faziam com que o leite coagulasse, formando uma pasta. 

No Pezinho, você pode saborear o queijo coalho não apenas no baião de dois, mas também no bolinho de mandioca ou como porção de entrada, servida em cubos e ainda acompanhada de melado de cana, uma delícia!

5. Macaxeira

Agora vamos falar de um alimento fundamental da comida nordestina! Aipim, mandioca ou macaxeira? A cada região, um nome diferente e isso é comum com qualquer alimento. Porém, no caso, existe diferença entre a macaxeira e a mandioca.

A mandioca comum possui 100 miligramas de cianeto de hidrogênio (HCN), composto químico tóxico, por raiz e é possível aproveitá-la apenas para produtos derivados após um bom tempo de preparo. Ela é conhecida como mandioca brava.

Já a chamada de mandioca mansa é a que conhecemos como macaxeira/aipim. Ela possui menos da metade de HCN, o que torna-a mais fácil para o consumo e não exige um preparo tão grande para tal. 

É um tubérculo muito resistente, crescendo em zonas semiáridas e solo pouco fértil, como o sertão nordestino – fato que possibilitou que ela se popularizasse na dieta dos locais. Além disso, ela também tem alto teor energético, sacia a fome e não contém glúten.

Desde sempre, ela foi utilizada de diferentes maneiras tanto antes quanto depois da colonização. Por isso, no Pezinho do Nordeste, um dos melhores restaurantes de comida nordestina de Guarulhos, você pode degustá-la em pratos e também como entrada, seja frita, cremosa ou derretida, ou mesmo como bolinho frito com diferentes opções de recheio. 

Se a lista de comidas típicas da culinária nordestina abriu o seu apetite, ‘tá esperando o que? Vem correndo pro Pezinho do Nordeste saborear todas essas delícias e muitas mais!

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Restaurante

R. Silvânia, 86 - Gopouva, Guarulhos - SP, 07092-150

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Ter a Qui das 11:00 ás 22:00.
Sex e Sáb das 11:00 ás 23:00
Domingo das 11:00 ás 18:00.

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